"Parte do ativismo feminista se concentra em visibilizar os casos de violência misógina nas relações cotidianas,
interpessoais e institucionais [...] machismo não é episódio ou caso
isolado, é sistema de dominação que subalterniza uma classe inteira de
pessoas por conta do seu gênero: nós, mulheres. E que é divulgando o que
ocorre no âmbito individual que encontramos nossas irmãs com
experiências, narrativas, anseios e desejos semelhantes aos nossos e
alcançamos a dimensão coletiva da luta. A gente tb sabe que, por mais
que os homens neguem, a divisão entre o público e o privado serviu e
serve ainda pra nos banir dos espaços políticos e de decisão, pra
neutralizar nossas pautas e pra impedir que encontremos outras mulheres
com os mesmos relatos de opressão. Porque o encontro, a troca de
experiências, a visibilização das violências cotidianas cria a
resistência, fortalece isso que os apavora e nos unifica: a sororidade.
Porque a gente sabe que 'o pessoal é o político'."
Cecilia Viera de Melo