"Ontem à noite eu tava numa festa gay (maravilhosa), e um cara veio me perguntar se uma amiga minha estava solteira. Respondi que sim. Depois perguntou se ela era heterossexual. Respondi "também". Uns 20 minutos depois o mesmo cara veio me perguntar se eu tinha alguma amiga "100% hétero", e respondi:
- Meu amigo, nenhuma de nós (eu e minhas amigas que estávamos na festa) é 100% hétero. Você não vai encontrar alguém que seja 100% hétero nessa festa.
E dispensei o cara. Fiquei de cara que em pleno 2016, numa festa gay, ainda tem gente fazendo esse tipo de exigência. Já vi muito dos caras ficarem animadinhos com a bissexualidade e/ou liberdade sexual das mulheres (sem rótulos), mas rejeitar isso foi a primeira vez. Não sei se considero esse rapaz em questão um tremendo babaca ou respeito as exigências dele, mas fiquei tão incomodada com essa de "100% hétero" que algo deve estar errado na atitude dele e na expressão. Ou não. Deve ter gente procurando gente "100% gay" "100% qualquer coisa", e deve ter quem possa oferecer a totalidade de algo. Eu não sei nem se sou 100% mulher ou 100% brasileira, coisas tão óbvias e gritantes que as vezes simplesmente não me representam. Acho que o meu problema com o tal do 100% é que ser cem por cento qualquer coisa me parece uma grande piada sem graça. Gosto dos 0,5 37 12,14. Os quebradinhos são sempre mais interessantes."
Marina Cavalcanti - via facebook