02 novembro 2014


"Amanhã votarei Dilma Vana. Não sei se ela estará lá. Não sei se ela vai me escutar. É verdade : votar em uma mulher que foi guerrilheira é sem dúvidas um elemento de esperança. Algo mora dentro de Dilma que se pareça com a Vana. É nessa esperança que eu voto. Voto também junto com os 70% que recebe até 1 salário mínimo (a grande maioria del@s, mulheres). Voto um voto anti-vanguarda iluminada. Nada contra as vanguardas das rupturas, da esquerda, dos parangolés. Mas o que está em jogo nessas eleições é um projeto popular contra outros que são da elite ou que fazem muitas concessões. Voto por uma nova vanguarda popular, das periferias, do novo brasil que agora já não tem a fome como um elemento estético estrutural de um povo miserável. Somos pós-tropicalistas. Um Brasil selvagem que quer comprar geladeiras, entrar nas universidades e produzir subver-sões estéticas, desconcertando aqueles que se pensam a vanguarda dos caminhos seguros. 
Tudo ao mesmo tempo. Um brasil que não precisa mais de tutela dos iluminados. Vamos por esse caminho torto e vamos carnavalizando, sem o pessimismo sentimental da burguesia catastrófica, com um charme anárquico da nossa confusão tropical, meio operário migrante nordestino, meio guerrilheira divosa, inteiramente confiantes de que o poder se distribuíu, se despedaçou, a casa caíu e agora estamos nesse mutirão pra fazer coisas novas. Voto na Vana contra o Estado. Ou que desconfia dele, no fundo, no fundo. Voto com outr@s porque votar é sempre votar-com, e me reconheço naquel@s que seguem ao meu lado, ao lado desse projeto-em-construção e em desconstrução."

Alana Moraes - Facebook