Um pensamento político ou a participação nascem organicamente como a
planta na planta do pé no mundo dos conceitos no do dia a dia: a luta toda se
resume na ascensão de um pensamento não opressivo, de pensamentosações,
para a absorção do que oprime: é o encosta-na-parede longe da encosta, na
América do Sul, no Brasil que oprime – mar e guela [sic] – amerdicância tem
que acabar no sul: de onde vem o mal? De dentro, de fora? Está em nós? –
participar político é participar na vida: ser politicamente vivo é estar vivo:
aspirar à felicidade: a não-utopia - [...] – pegar nas armas, tirar as amarras,
limpar o lugar, o lazer, o prazer de se cuspir nas medalhas [...] – nos
subterrâneos do mundo eu fico, por entre paredes, sob as gorgetas [sic],
embaixo da vida: 3 dias e 3 noites: o limite do desvario
A descoberta do mundo: extra-Brasil: é lógico que se ambicione a êle: estamos
no hemisfério sul, ao sul e fora de jogada, na reserva do mundo – subterrânea é
para mim a descoberta do que representa o sul do sul no mundo: só um tipo de
comunicação [...] novo [...] (não-assimilatório), na prática (não-ritual):
underground seriam a consciência e a eficácia da marginalidade das criações do
que cria: a criação torna-se manifestação coletiva, não-ritualística: libertad! – a
idéia de uma “integração” do artista no contexto social é falsa: ao artista caberia
comandar as transformações que sobem: de dentro, de baixo, do sub ao
subombear, puxar a liberdade, fazê-la crescer –
para o mundo: ou no mundo. (Oiticica, 1969b)
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