"A literatura participa da história, participando do movimento da linguagem que acontece primeiro nos jargões e não no papel. Neste sentido, é um assunto do povo, os analfabetos são a esperança da literatura. O trabalho com o desaparecimento do autor é o trabalho contra a desaparecimento do homem. O movimento da linguagem é alternativo: o silêncio da entropia ou o discurso universal que nada esquece e não exclui ninguém. A primeira forma da esperança é o medo, a primeira aparição do novo, o espanto."
Heiner Müller, "O espanto como primeira aparição do novo" In: Ingrid Koudela (org.) Heiner Müller: o espanto no teatro, 2003 [1979], p. 48.
Silvio Pedrosa