"A Constituição Federal (artigo 6) estabelece que o lazer é um direito social. Não encontrei em qualquer candidatura propostas sobre a garantia do lazer como umdireito dos brasileiros e nem qualquer reflexão sobre as brincadeiras como elementos de políticas responsáveis de saúde pública para crianças e adultos; como me parece que deveria ser. Todas as candidaturas mostram preocupações (entre legítimas e oportunistas, é claro) com a necessidade de se garantir empregos. Não vi qualquer reflexão sobre a importância de imaginarmos uma sociedade em que o direito ao lazer, a brincadeira e as folganças seja considerado ao menos tão fundamental quanto as garantias do trabalho. Precisamos de políticas públicas que nos estimulem a consumir menos, trabalhar menos e viver de forma mais digna. Discutir a jornada de trabalho máxima de quatro horas diárias poderia ser um bom começo.
Há os militantes da causa do trabalho. Sou um militonto/militantã da causa dos folguedos e acho que elas não foram contempladas pela política em tempos de desencantamento do mundo. Falo sério, combato o imaginário da inclusão pelo desejo do consumo e faço o registro."
Luis Antônio Simas