"O campo deste trabalho está posicionado nas relações que a literatura de Clarice Lispector tece com o universo político, especialmente o proposto por pensadores como Hannah Arendt, Michel Foucault e Jacques Derrida. Defendemos que a obra da autora orienta-se por uma disposição anti-transcendente e anti-estruturante, que pode ser vista como política em sua abertura para o novo, para a interrupção de processos automáticos e para a invenção - começo de toda política. Essa disposição transgressora é posta em prática através de muitas 'técnicas' lingüísticas e literárias (que conjuntamente atuam nos planos do enunciado e da enunciação), mas iremos abordar principalmente a questão temporal, sobretudo no que diz respeito ao tempo presente da escrita-leitura, lugar onde se travam os embates político-discursivos de que trataremos aqui."
"Nem tudo o que escrevo resulta numa realização, resulta mais numa
tentativa. O que também é um prazer. Pois nem em tudo eu quero pegar.
Às vezes quero apenas tocar. Depois o que toco às vezes floresce e os
outros podem pegar com as duas mãos."
Clarice Lispector
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