27 agosto 2014

Sobre o primeiro debate dos presidenciáveis - 2014

"Não percorri todos os posts, mas vi muita gente comentando o debate eleitoral e fazer comentários sobre performances de candidatos (sobretudo os 3 viáveis) atribuindo às falas valores políticos, ideológicos, ético e tal ... e em função disso, dar palpites e afirmar preferências. Muita gente inteligente e que se diz da imanência e da democracia da multidão.
Da pra ver o medo diante da novidade. 
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Li amigos e amigas dando palpites sobre o neoliberalismo da Marina. Outras logo atribuindo a essa o consenso do mercado.
Pessoas de esquerda que usam microscopio ou telescopio para mensurar se a "ameaça" seria o Arminio Fraga ou o Giannetti.


"Companheiros e companheiras: quanta preguiça intelectual, quanta pouca memória: não é por aí !!!!!!
Não há como mensurar desse jeito.
Lula/Dilma governaram e governam com a direita, a mais raivosa está aqui no Rio, aliás. 
O Banco Central teve gestão neoliberal nesse 12 anos e até o Bolsa Familia é de cunho neoliberal.Pior, eles governam na perspectiva conservadora de criar uma "nova classe média", definida por brilhantes trabalhos estatísticos e morais de cunho neoliberal (a noção de renda de Milton Friedman).


Não é por aí! Não é por ai!
Por favor: um mínimo de lucidez!
Da mesma maneira que durante os governos Lula, o que interessava eram os processos de produção de subjetividade e as políticas que, mesmo sem querer, com esses dialogavam ou se deixavam por eles atravessar... o que interessa nas eleições de outubro é isso e ñ "programas" e "marketing" que nada tem a ver com o que será o governo.
Peguem a primeira pergunta sobre violência e segurança: se for para avaliar conteúdo, TODOS OS CANDIDATOS FORAM PESSIMOS, REACIONARIOS E DEMAGOGICOS (menos a Luciana que não respondeu porque quis falar do Psol). TODOS !
A Dilma reveindicando o nao vai ter protesto da copa das copas.
Os outros pedindo mais punição.TUDO HORRIVEL.


O que interessa nas eleições são as brechas e o que elas oferecem, abrem para a produção de subjetividade (de significação) e os processos constituintes (para os quais as eleições são um momento provisório, marginal, contraditório...mas sempre são um momento).
É cegueira não ver que essas brechas estão hoje com a Marina e nada tem a ver com uma nuance do que ela diz ou um assessor que ela tem, ainda menos com o PSB. A Marina é hoje o que ela foi em 2010, o que foi Freixo no Rio em 2012: só que agora com um coeficiente "n" que é a vitalidade incomensurável de junho de 2013.


Junho não se reduz a Marina: mas a atravessa com potência.
Não entendo por que ninguém se escandaliza mais com o fato que o sistema a tinha eliminado com uma canetada bem autoritária (totalitária) e num belo consenso PT-PSDB ? Marina tinha sido, logo depois de junho, eliminada por um consenso mafioso ! Essa é a verdade!
Quem é de esquerda, quem está preocupado com a PAZ e a verdadeira luta pela democracia e contra a violência injusta e a injustiça violenta que assola nossas metrópoles e o campo deveria estar feliz do que está acontecendo, mesmo que seja do PT. Deveria estar feliz que o fenomeno Marina tire do conforto conservador e oportunista no qual ficou o partido e o governo Dilma. Isso é bom para a democracia. Por que ficar preocupado diante dessa mudança anunciada?
O que interessa é o nível de abertura e esse fato inquestionável que a atual explosão de Marina tem como motor o que antes era abstenção.
A economia não é de direita porque há um Meireilles no Banco Central ou um Arminio Fraga na fazenda (pois que os juros estão onde estão mesmo com o Mantega): é de direita porque a democracia é capenga, porque os pobres não tem direito de manifestar, porque o PT não reconhece que nao foi uma nova classe média que emergiu, mas uma nova composição do trabalho metropolitano que se constituiu ...
Marina, Dilma, Luciana.... é com esse persepctivismo que temos que apreender (e não por dentro das besteiras do marketing eleitoral).



Para começar, a Dilma poderia declarar que o decreto que seu governo fez sobre participação implica uma ferrenha crítica do inquérito no qual a magistratura e a polícia do Rio - à serviço do executivo aliado à DILMA - colocaram tudo que há de coletivo e associação no rol dos investigados a serem criminalizados !!!" 

 Giuseppe Cocco Universidade Nomade