"Não há palavras para descrever a sensação amarga de desgosto em torno da constatação de que o racismo continua muito vivo entre nós. O que dá para suspeitar é dos que se "assombram" com isso, como se fosse um fato surpreendente ou isolado. A denegação é a principal forma que dá sobrevida à injustiça.
O racismo não é uma questão de tolerância. Já critiquei isso numa reportagem da ZH em que menciona o racismo como "intolerância" do gaúcho. Eu tolero o que do outro me incomoda. A cor da pele do outro não pode me incomodar. A diferença não é algo a ser "tolerado". Quem é racista tem que se tratar e tentar entender que fantasmas enxerga no outro.
Em suma, o racismo não é questão de intolerância, mas sim de violência.
PS: Está mais que na hora de nós, gremistas, assumirmos que existem células fascistas na Geral. Elas se alimentam do mesmo fanatismo sanguíneo que fomentou a violência dos regimes totalitários, sobretudo naquilo que tiveram de mais horrendo: o ódio à diferença. Quando alguém pensa que "acusar" o outro de colorado é justificativa e absolvição para tudo e não admite contestações de qualquer parte, está-se abrindo espaço para um vale-tudo cujos resultados podem ser os mais terríveis. Espero que a direção do Grêmio tome medidas drásticas contra isso."
Moyses Pinto - Facebook