08 setembro 2016

RELÓGIO DE PONTO Tudo que levamos a sério torna-se amargo. Assim os jogos, a poesia, todos os pássaros, mais do que tudo: todo o amor. De quando em quando faltaremos a algum compromisso na Terra, e atravessaremos os córregos cheios de areia, após as chuvas. Se alguma súbita alegria retardar o nosso regresso, um inesperado companheiro marcará o nosso cartão. Tudo que levamos a sério torna-se amargo. Assim as faixas da vitória, a própria vitória, mais do que tudo: o próprio Céu. De quando em quando faltaremos a algum compromisso na Terra, e lavaremos as pupilas cegas com o verniz das estrelas. Alberto da Cunha Melo