24 agosto 2016

SEGUNDA TERRA

"No século 16, enquanto a nata da intelectualidade se dividia entre o modelo heliocêntrico e o geocêntrico, Giordano Bruno estava muito além, ao afirmar que o universo não tinha centro, que o centro estava em toda parte e portanto em nenhuma. Perfurando a abóboda de dogmas e limitações, o napolitano ainda sustentava que cada estrela era outro Sol, cada uma com seu sistema de planetas, infinitos mundos e infinitas civilizações. Hoje foi anunciada a descoberta de um planeta similar à Terra, com potencial significativo de vida, a meros 4 anos-luz (uma sonda ou nave viajando à metade da velocidade da luz chegaria lá em 8 anos). Na escala astronômica, isto significa dizer que, se o universo fosse o globo terrestre, teríamos achado um irmão no quarto do lado. Pascal se apavorava com o silêncio infinito das escuridões siderais, mas hoje ficamos sabendo que as distâncias não eram tão assombrosas, que os silêncios não são tão solitários, que hemos de conhecer outros mundos. O infinito é maravilha de Giordano, vindicado mais uma vez."

Bruno Cava