03 novembro 2014

"Recado para a polícia política do Facebook: não sou procurador de Marina Silva e por isso não preciso responder a todas as marcações e provocações em torno das decisões dela, especialmente quando se trata de mera especulação de uma mídia interessada em determinados fatos. Expliquei insistentemente quais foram as razões para a apoiar no primeiro turno e contesto, especialmente no ambiente teórico, a lógica das "razões ocultas" (para quem quiser provas, leia minha tese -- que não tem nada a ver com eleições). Sinceramente, acredito e espero que Marina decidirá ficar neutra no segundo turno. Se não ficar, embora humanamente eu compreenda seu ressentimento, terá errado politicamente e perdido meu apoio para sempre.
Mas não posso encerrar isso sem dar duas dicas para vocês:
a) não se ganha um apoio o esculachando. Aos petistas que querem votos dos marineiros, essenciais para vencer as eleições, dou uma dica: não sejam burros. Alfinetar, destratar, acusar a pessoa de estupidez não é uma boa estratégia para ganhar votos. Sejam no mínimo espertos e se curem da síndrome de propriedade da Verdade;
b) a defesa de que a vitória de Aécio é o fim do mundo é ruim para vocês, já que ela reforça a imagem de que o PT é mais uma crença fanática que um projeto político. Com isso, abastece a infantilização da política do antipetismo. Decidam-se: ou o PT é um partido como qualquer outro da democracia que tem um projeto político melhor ou é um projeto totalmente alheio aos demais que encarna os fantasmas da direita. Defender as duas coisas ao mesmo tempo é impossível. Sem argumentos consistentes e demonstração de que o projeto é melhor com base em provas racionais, em vez da retórica apocalíptica, quem ganha são os antipetistas.
São duas dicas bastante simples de quem não irá apoiar Dilma nem Aécio, mas quer dar uma força para os amigos que estão excessivamente agressivos por aqui e não vão conseguir atingir seus objetivos com isso.
PS: Os que consideraram esse post agressivo percebam que é justamente para a atitude inversa a que estou os convidando. O diálogo não-inquisitorial, a gentileza do argumento."

Moyses Pinto - Facebook