15 novembro 2014

A candidata do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República, Dilma Rousseff, publicou em seu site oficial um documento em que apresenta suas propostas de políticas públicas para a população lgbt em seu segundo mandato, “13 compromissos para garantir os direitos LGBT” [http://bit.ly/124Qnp2] .
Como afirmei, em mais de uma ocasião, não votarei nem em Dilma nem em Aécio Neves, porque não me filio nem ao projeto político petista nem ao tucano. Não consigo votar criticamente em Dilma, como estratégia para vetar Aécio. Anularei meu voto. Não obstante, compreendo quem votará criticamente na candidata petista.
Após a observação do parágrafo anterior, destinada a evitar interpretações equivocadas, abordo a questão que me interessa. Desde que Dilma apresentou os “13 compromissos para garantir os direitos LGBT”, tenho visto homens e mulheres transgêneros e homens e mulheres cisgêneros homossexuais ou bissexuais divulgando o documento, otimisticamente.
Antes de tudo, observo que, nesta eleição, entre os três principais candidatos à Presidência da República, quem apresentou o melhor conjunto de propostas visando ao bem-estar da população lgbt foi justamente a candidata “fundamentalista religiosa” derrotada no primeiro turno. Entre as propostas do documento apresentado por Dilma, não há uma única menção à legalização, ao menos, da união estável.
Durante os quatro anos do governo Dilma, a população lgbt permaneceu desamparada, tendo a Presidenta negligenciado deliberadamente nossas necessidades, demandas e direitos, em troca do apoio dos políticos fascistas – sim, fascistas! – representantes do conservadorismo religioso, devido às sacrossantas e inexoráveis necessidades de um governismo em nome do qual todas as barbáries são justificáveis – barbáries as quais não foram cometidas apenas contra a população lgbt, a propósito.
Como afirmei, compreendo o voto crítico em Dilma como estratégia para vetar Aécio. Contudo, está além, muito além, muitíssimo além da minha capacidade cognitiva compreender homens e mulheres transgêneros e homens e mulheres cisgêneros homossexuais ou bissexuais, sobretudo se ativistas políticos da causa lgbt, demonstrando adesão entusiástica aos compromissos anódinos assumidos pela candidata do PT, tanto devido a seu deplorável histórico de realizações em prol dos direitos lgbt’s, como devido ao fato de que se com uma mão acena, bem de longe, para a população lgbt, com a outra mão continua apertando firmemente as mãos de fascistas políticos conservadores religiosos.

Fabiano Camilo - Facebook