14 agosto 2014

O historiador Nicolau Sevcenko indicou, no seu estudo sobre a cultura metropolitana no contexto da modernização dos anos 20, os efeitos anacronicos que se observaram concomitantes a implementação das máquinas e à emergente aceleração: regulamento, controle dos corpos e das energias e, ao mesmo tempo, a mobilização e intensificação da imaginação popular que se manifestou nas atividades simbólicas (16). Esta observação - a nosso ver - é válida também para os anos 60, mesmo que a intensidade e a continuação do agente diminua. O móbil no processo da construção, invenção e defesa da identidade cultural dentro deste espaço de modernidades em choque é a "música popular". Como aconteceu antes com a Bossa Nova agora se pode entender o samba-rock híbrido enraizado na cultura da música popular como intervenção dos ritmos, vozes, representações corporais, iconografia contra o Novo, contra o ritmo acelerado da vida na sociedade moderna de consumo. Riso, provocação, carnavalização, paródia, pastiche - a "grande arte da imitação" (17) - são as estratégias colocados pelo Tropicalismo (18).

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