10 agosto 2014

"Coca-cola, viva as diferenças – não visa mais substituir nomes por significantes indeterminados, mas manter os significantes vazios indeterminados. Em suas Quinze Teses sobre Arte Contemporânea, Badiou observou muito bem que “O império já não censura nada” – e, de fato, a censura também se exerce na ausência de qualquer censura, estratégia que indetermina o sentido. Todavia, não vejo como saída a este estado de coisas um retorno ao passado, ou seja, não acho que necessariamente devemos determinar conteúdos aos nomes, ou criar novos nomes para aglutinar novas reivindicações – é a estratégia do “socialismo do século XXI” de Chavéz. Temos que lembrar que os significantes vazios, os nomes, são, além de terreno do poder, morada da poesia. Neles, as duas forças que atravessam a linguagem – censura e poder, por um lado, e poesia e ética por outro – se chocam. Resta saber se usaremos o caráter vazio da nomenclatura (da linguagem como um todo, friso) para capturar a vida por meio da determinação de uma identidade) ou se veremos neles a chave para imaginar o que, de fato, é uma comunidade."

Fonte: aqui