03 outubro 2014

As eleições de outubro: entre o consenso e a brecha democrática

"a candidatura de Dilma é absolutamente reacionária e antipolítica (existe política sem construção de liberdade real?).
É reacionária e antipolítica porque o consenso enxerga os pobres como “nova classe média” que consome, mas não como classe que luta radicalmente por melhores condições (urbanas) de vida; o consenso gosta dos jovens e estudantes se estiverem amarrados em suas organizações “de base” (aceitando acriticamente a pauta governista), mas não quando eles se organizam de forma potente e autônoma, passando por fora dos arranjos do “pacto de governabilidade”; o consenso tolera os índios desde que eles aceitem remoções para o Minha Casa, Minha Vida, ou sirvam de protetores temporários do estoque de “recursos estratégicos”; o consenso gosta da cultura não como multiplicação de diferentes e afirmativas formas de vida, mas como uma propriedade de grandes autores ou como “economia criativa” no interior do desenvolvimentismo; o consenso não gosta de nenhuma pauta de direitos humanos – antes de perguntar sobre a vida, pergunta sobre o PIB e as possibilidades de acumulação.
O consenso que sustenta o atual governo nada mais é que o Fundamentalismo do Objetivo – a antipolítica por excelência." 

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