27 setembro 2014

A memória enquanto matéria para Ficção:

“O inventário das coisas ausentes” problematiza a própria possibilidade de reconstituição do passado, na medida em que acasos, negações, escolhas conscientes e inconscientes determinam o rumo da narrativa. Esse processo de reinvenção do passado é o próprio tema do romance?
CAROLA SAAVEDRA: Sim, o romance parte da ideia de que toda memória é na realidade uma construção, e de forma mais radical, um processo ficcional. As coisas não existem “em si mesmas”, não há como recuperar o passado, essa vivência está perdida para sempre, e o que nos resta é reinventá-lo a cada vez que falamos dele. Essa é também a forma como está estruturado o livro – caderno de anotações e ficção. Ele nos dá a falsa impressão de que, através das notas do autor, seria possível recuperar a “origem” das ideias, mas é claro que nessa busca o leitor se depara com um texto tão ficcional quanto o outro.
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--> Do que não cessa de Escrever, por Alexandre Nodariaqui