"Silva (1993) nos alerta que esse ponto de vista privilegiado apontado pela Pedagogia Crítica, fazer com que os/as educandos/as pensem criticamente, é colocado em xeque do ponto de vista pós-moderno, pois se isto é uma determinação deixa de ser “pensar por si”, e isto é lembrado por Silva (op.cit.) nas cenas do filme Sociedade dos Poetas Mortos, em que o professor Keating (Robin Williams) leva de uma forma autoritária os alunos a pensarem por si mesmos."
"No entanto, a interrogação crítica do filme leva-nos
a questionar o projeto político sugerido pelo encontro de Keating e seus
alunos. Ao enfatizar o cultivo do ego, o discurso humanista do professor acaba
reduzindo a politização de um projeto coletivo no sentido da emancipação
cultural. Embora grande parte da pedagogia de Keating seja libertadora, ela
carece do discurso politizado e auto-reflexivo que os alunos necessitam a fim
de combater a reabsorção, pela escola, de suas transgressões passageiras. A
julgar pela última cena do filme, em que muitos alunos sobem nas carteiras em
afrontosa homenagem ao professor demitido, é bem possível que a direção pudesse absorver em parte esse
comportamento combativo dos alunos. Como sabemos, baseando-nos principalmente
em Freire (1994), a educação libertadora só ocorre se conseguir desencadear um
processo de auto-reflexão nos alunos;
caso contrário, o cotidiano formal reabsorve as transgressões e sufoca brotos
revolucionários antes mesmo de germinar." - Dermevável da Rocha
fonte: aqui