16 agosto 2014

Já está madura a necessidade de o sistema político compreender que o objetivo cego de crescimento econômico como se fosse o grande bem comum a ser perseguido é uma miragem. O destino de toda e qualquer economia nacional é a estagnação, na melhor das hipóteses, ou, o mais provável, retração. Crescimento econômico significa cada vez mais superexploração do trabalho, destruição do ecossistema, por meio de práticas extrativistas não renováveis que resultam em cenários desoladores, violência, crime organizado, sequestro do Estado por interesses escusos, supressões autoritárias de direitos democráticos, privatização dos bens comuns essenciais à vida humana, como a água potável, e uma série infinda de malefícios derivados disso.

Quando um candidato à presidência orienta toda sua argumentação no sentido de privilegiar o crescimento econômico como norte maior, percebo o nível de defasagem entre o pensamento político, que hoje é difícil distinguir de mero cálculo eleitoral, e uma consciência moderna e contemporânea que consiga entender o momento da história humana de uma forma mais objetiva.
É preciso preparar o caminho para a desmonetarização da vida.

Pablo Castro - Facebook